Na parte da tarde desta segunda-feira, as ações da SulAmérica operam com leve alta, mas abaixo dos ganhos do Ibovespa hoje. O grupo alemão Allianz (DE:ALVG) concluiu a compra dos ramos de seguros de automóveis e de ramos elementares por R$ 3,18 bilhões da seguradora brasileira, dizendo estar pronto para avaliar mais oportunidades no Brasil e na América Latina.
Por volta das 14h56, as ações da Sul América tinham alta de 0,15% a R$ 48,07. O Ibovespa avançava 0,64% a 100.673 pontos.
Com a conclusão do negócio anunciado em agosto, a Allianz dobra de tamanho no país, tornando-se vice-líder em autos e terceira maior em ramos elementares, produtos que indenizam por perdas, danos ou responsabilidade sobre objetos ou pessoas.
Além disso, o Brasil passa a ser responsável por cerca de 70% dos negócios do grupo na América Latina, região que representa 8% dos negócios globais da Allianz.
Segundo Javier Bernat, presidente-executivo da Allianz para América Latina, o negócio coloca a seguradora numa condição de aproveitar melhor as sinergias num período de maior pressão por melhores resultados operacionais, já que a queda do juro no país para mínimas recordes tem diminuído as receitas das seguradoras com receitas financeiras.
“Nós já temos feito bem, crescendo mesmo com os efeitos da pandemia”, disse Bernat à Reuters. “Mas podemos incluir mais serviços, como assistência técnica, para ampliar nossas receitas”.
A Allianz teve receita de 1,447 bilhão de reais no segmento de ramos elementares no Brasil de janeiro a maio, alta de 8,3% ante mesma etapa de 2019, enquanto em autos o avanço foi de 12,8%, ao passado que o mercado como um todo queda de 0,4% e de 7,5%, respectivamente, segundo dados da Susep.
Segundo a Sul América, o resultado da operação vai constar de suas demonstrações financeiras do segundo trimestre de 2020.
Bernat disse que a Allianz avaliará oportunidades que surgirem para consolidação do setor no Brasil e na América Latina. “Se tiver oportunidades, aproveitaremos”, disse.
Visão dos analistas
Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), a SulAmérica é uma das melhores opções em assistência médica, oferecendo uma combinação vencedora de uma avaliação relativamente atraente (P/E 2021 em 18x e 2,3x P / BV) e uma robusta dinâmica de ganhos (a taxa de perda do segundo trimestre deve ser recorde, com procedimentos eletivos sendo adiados), principalmente quando a dinâmica dos ganhos é hoje uma mercadoria rara.
Além do pagamento de dividendos, os analsitas lembram que as novas mudanças regulatórias à luz das restrições mínimas de capital também devem melhorar (no futuro) a flexibilidade da empresa nos pagamentos de dividendos.
Fonte: Investing.com