O IRB Brasil Re (SA:IRBR3) teve prejuízo no segundo trimestre, uma vez que efeitos cambiais e impactos da pandemia de Covid-19 pressionaram ainda mais os números da resseguradora, que tenta corrigir o estrago causado por fraude contábil nos últimos anos.
A resseguradora anunciou neste sábado que teve prejuízo líquido de 685,1 milhões de reais de abril a junho, ante lucro de 397,5 milhões de reais um ano antes.
Segundo explicou a companhia no relatório, a perda refletiu sobretudo “despesas com sinistros maiores que as normais e efeito de desvalorização cambial”.
A resseguradora já havia sido levada a republicar balanços anteriores, “corrigindo distorções decorrentes da modificação intencional e sistêmica de dados operacionais”, o que reduziu o lucro de 2019 em 553,4 milhões de reais e o de 2018 em 117,2 milhões.
Agora, com o prejuízo no segundo trimestre, a insuficiência de liquidez apontada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) em maio subiu de 2,1 bilhões de reais em março para 3,4 bilhões de reais em junho.
Para preencher a lacuna regulatória, o IRB está concluindo um processo de capitalização que, segundo a companhia, levantou 2,2 bilhões de reais até 24 de agosto tendo sido subscritas 97,47% das ações ofertadas.
Porém, a reavaliação de contratos segue em andamento e o IRB avisou que deve se estender por mais meses, “o que implica manutenção de riscos que já haviam sido contratados em 2019 em nossa carteira, com impactos na sinistralidade ainda durante o segundo semestre”, mas que espera resolver a situação e insuficiência de liquidez até o fim do ano.
O IRB abriu processo criminal contra ex-administradores para exigir ressarcimento pelo pagamento não autorizado de bônus a ex-executivos e colaboradores de cerca de 60 milhões de reais.
Em 2020, a ação do IRB acumula desvalorização de 79%.
Executivos da resseguradora discutem detalhes do resultado trimestral e perspectivas em apresentação a analistas e investidores na segunda-feira.
Fonte: Investing.com