A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações na bolsa de valores é um procedimento bastante utilizado pelas empresas que desejam arrecadar capital no mercado.
No entanto, diversas empresas que não possuem uma condição financeira adequada têm realizado IPO’s na B3 (SA:B3SA3) Bovespa.
Assim, a questão pode ocasionar problemas nos próximos anos. A opinião é de Ricardo Knoepfelmacher, especialista em reestruturação e finanças.
“Festival” de IPO’s pode causar problemas em 2021 e 2022 Knoepfelmacher falou sobre o problema dos IPO’s numa entrevista recente ao Valor Econômico.
Dessa maneira, o especialista afirmou que várias empresas terão problemas nos próximos dois anos:
“O que temos hoje é um grupo enorme de IPO’s, com empresas no limiar de recuperação judicial e que levantaram recursos com IPO. Mas vejo que um terço desses IPO’s não vai dar certo em 2021 e 2022.”
Segundo Knoepfelmacher, várias empresas do setor imobiliário passaram por um problema semelhante nos anos anteriores.
Após o lançamento das suas ações, essas empresas definharam e passaram a valer uma fração daquilo que foi estimado no IPO.
Agora, de acordo com o especialista, o setor imobiliário está vivendo um novo momento de euforia que pode culminar em prejuízos para os seus investidores num futuro próximo.
Vale ressaltar que o IPO define o momento de abertura de capital da empresa na bolsa de valores. Logo, o valor das empresas de capital aberto passa a ser a soma das suas ações listadas no mercado.
Porém, quando as ações dessas empresas se desvalorizam, os seus investidores arcam com os prejuízos da operação.
Mais empresas planejam IPO’s
Atualmente, o IPO mais esperado pelo mercado é da empresa Enjoei (ENJU3).
A companhia possui uma plataforma de negociação de itens usados na internet e planeja arrecadar mais de R$ 1 bilhão na B3. A oferta inicial da Enjoei será realizada no dia 29 de outubro de 2020.
Ademais, a Pacaembu (PCBU3) está prestes a lançar as suas ações na bolsa de valores de São Paulo.
A Pacaembu é uma empresa do setor imobiliário focada em empreendimentos do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
No entanto, não é possível afirmar que o IPO da Pacaembu está entre aqueles que foram criticados por Knoepfelmacher.
Finalmente, estima-se que a oferta pública de ações na B3 Bovespa já movimentou R$ 40 bilhões em 2020, conforme os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Fonte: Investing.com